quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Educação:eis o que realmente importa!!

Tenho pensado sobre o quanto é complicado educar as crianças, especialmente, para este mundo que se apresenta para nossos filhos. Admiro demais os pais e professores que exercem, de fato, o papel de educadores e acho que, realmente, é preciso ter “o dom” para educar. Refiro-me, é claro, à educação como transformação e aprendizagem significativa, centrada no exercício da realidade, na valorização do cotidiano como fonte de conhecimento e no reconhecimento de que as práticas do dia-a-dia são definidas por múltiplos fatores. Hmmm, aí ficou mais difícil, não é? Também sou mãe e professora e, sinceramente, acho que não me saio muito bem em nenhumas destas missões!

Uma das coisas mais complicadas, na minha história, tem sido a temática que envolve a proposta da educação inclusiva, segundo a qual as pessoas com necessidades especiais devem participar em condições de iguais do processo educativo das escolas regulares, juntamente com as demais pessoas. Estou certa que as escolas não estão preparadas para tal inclusão, sejam elas públicas ou privadas. Aliás, não somente as escolas, mas a raça humana não está preparada para a inclusão. Rejeita-se tudo aquilo que é diferente, que não se encaixa, atrapalha, dificulta o processo, demanda envolvimento, empatia, solidariedade; palavrinhas difíceis de encaixar como adjetivos às pessoas, atualmente. Não vou me ater, somente, à minha experiência pessoal, pois não sou alienada e tenho lido a respeito. Mas, de fato, tenho uma filha que tem algumas necessidades especiais, que não a deixam dependente, porém, demandam alguma atenção a mais por parte dos educadores; todos eles: pais, professores, amigos, sociedade. Qual é esta “atenção a mais”? Simplesmente, aceitar o diferente, agir com naturalidade diante do inesperado... Muito mais difícil do que parece, podem acreditar!

Em todos os casos que envolvem a necessidade de compreender, sensibilizar-se, envolver-se, fica mais fácil “encaminhar”. No meu cotidiano, na área da saúde, também convivo muito com isso. Onde está o grande desafio do SUS? Na falta de resolubilidade nos níveis de atenção básica à saúde. À menor dificuldade, encaminha-se para o especialista! Na “Saúde Mental”, uma e duas, encaminham-se os “malucos” que comparecem à Unidade Básica de Saúde pro CAPS (Centro de Acompanhamento Psico- Social). Mas, por que, se o cara não ta surtando? Ah, não dá pra entender o que ele fala, é muito complicado tentar ler outro tipo de linguagem que não seja a verbal. Será que é preciso tanta capacitação para lidar com isso? Ou será que é apenas uma questão de humanização? Penso que seja parecido, na escola: se não dá pra resolver, encaminha pro psiquiatra, pro neurologista, pra farmácia, pra direção!

Sim, eu estou convicta, à essa altura, que educação é sinônimo de saúde e vice-versa. No momento atual, as palavras inclusão, cidadania e outras têm se destacado e sabemos que, por trás da proposta da educação inclusiva, está o preconceito, que fez com que a homologação da LDB 9394/96 demorasse tanto tempo para ocorrer. Eu sei, para buscarmos a sociedade inclusiva, cidadã, os sistemas de ensino precisam equipar as instituições escolares e oferecer condições para que os professores e outros profissionais de educação se preparem adequadamente para esta tarefa. Entretanto, há algumas questões que também precisam ser resgatadas, a fim de que esta política se efetive, e que demandam menos tecnologia e mais sensibilidade, criatividade e intuição!

Ultrapassado ou não, cabe um pouco de Geraldo Vandré:


...Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição...
...Vem, vamos embora que esperar não é fazer
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!

Foto: Ana e Fred

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A verdade nua e crua




Não foi, necessariamente, um campeão das críticas positivas, mas o filme que fui ver no cinema semana passada - A verdade nua e crua - rendeu umas boas risadas! O ator Gerard Butler faz um mulherengo sexy que dispara suas pérolas de sabedoria machista em um programa de TV. Sua nova produtora, uma workaholic sem sorte no amor, tenta provar que as teorias do machão estão erradas. Em algumas cenas, muito parecidas com as de Harry e Sally - Feitos Um Para o Outro, 1989 (inclusive a do orgasmo, só que a Meg Ryan era mais convincente!), você fica se perguntando: será que é isso mesmo? No final, conclui-se que, no fundo, os homens também são uns românticos! Será?

Não há nada que deixe uma mulher mais frustrada do que lidar com a aparente falta de romantismo dos homens. Eu sei que têm milhares de textos sobre isso, então, não vou ficar comentando as típicas cenas do nosso cotidiano, onde eles, equivocadamente, abrem suas bocas: "você vai assim?", "tem certeza que foi no salão?", "dá licença que estou vendo o jogo", entre outras pérolas... Aliás, cenas que dispensam comentários! Vou falar de outra coisa que tem me preocupado nesta história: as mulheres estão conformadas!! E, pior: algumas gostam desse tipo de homem! E, pior ainda: ficam colocando peitões e bundões para alimentar o machismo dos homens!

OK, gosto não se discute... e como disse minha amiga, esta semana: eu queria saber quem foi a obstinada que queimou os sutiãs!? Sim, porque, até então, pelo que sabemos das nossas avós, as mulheres eram o "sexo frágil", delicadas, sensíveis, e os homens provedores, protetores, cavalheiros... Enfim, posições que hoje parecem sem propósito e até inversas, em alguns casos, mas que, no intimo, são detalhes imprescindíveis para aquela magia dos relacionamentos, que já não existe mais.

Eu sei, tinha o lado ruim, mas cá entre nós, quem não sonha com o Rhett Butler (o Clark Gable de ...E o vento levou, nada a ver com o do outro filme!) no final da escada, com aquele sorriso encantador enquanto a Scarlett (no caso, você) vem descendo naquele vestido lindo e o jeito extravagante, cínico e indomável?! Alguém que abra a porta pra você passar, que carregue no colo quando você torce o pé ( os invés de se oferecer pra chamar o SAMU), que ofereça lencinhos pra limpar as lágrimas... hoje em dia não dá mais nem pra chorar em paz na TPM, que eles já descobriram que e só oferecer chocolate que as coisas ficam menos complicadas!

A verdade nua e crua é que, mesmo Scarlett, só ganhou de vez o coração de Reth quando mostrou que atrás da mocinha frágil, criada para se casar e nunca se preocupar com nada além de seus bordados e filhos, havia uma mulher forte, inteligente, que salvou sua família da morte e da desonra e reergueu sua terra natal, Tara. Pena que, depois de ser tão maltratado, Rhett vai embora e aí vem a cena inesquecível, onde ela corre atrás dele e pergunta o que vai ser dela, se ele a deixar e ele, irresistível: "Francamente, minha querida, eu não ligo a mínima!"

Pois bem, minhas companheiras, não sejamos nem tanto Abby Richter (a produtora workaholic) nem tanto Scarlett Ohara nos tempos de Tara, vamos buscar um meio termo e esperar que os homens também reflitam e resgatem um pouco do romantismo dos velhos tempos. Eu, uma eterna fã de Gone with the wind, não poderia terminar de outra forma que não fosse com a frase da Scarlett sobre a esperança de que tempos melhores venham:"After all, tomorrow is another day!"

Para minhas amigas: Mariane, Lucimare e Juca...

sábado, 7 de novembro de 2009

Das luas que já se passaram...


Contar uma história de amor pode ser muito prosaico, dependendo da abordagem; por isso vou contar de modo diferente...
Não há como fugir do trivial, já que também é verdade, então, direi o que não é um segredo: é muito mais difícil conviver com quem é diferente da gente, mas é isso que deixa tudo mais desafiador e interessante, é o que acrescenta coisas valorosas em nossas vidas.
Dele, de todos os seus adjetivos, meus preferidos são a perspicácia e a tranqüilidade, coisas que fazem muita falta no meu ser.
Todavia, resolvi contar o que até então, era totalmente confidencial: tem algumas coisas que me deixam “fula da vida”, entretanto – agora vem a surpresa – eu não mudaria nenhum detalhe, apesar de ele pensar o contrário!
O que seria da vida se tudo fosse como a gente presume? Como a gente quer que seja, bem certinho, sem nenhuma arritmia, nenhuma surpresa?
O desenrolar da nossa história é belo o bastante para se transformar em um conto e deveras curioso para permitir que se acredite em acaso, destino e outras características das comédias românticas mais envolventes. Vejamos, com relativo ornamento (para ficar mais atraente), como aconteceu nosso caso.
Nos conhecemos na adolescência, cada qual com seu par; nossos primeiros amores eram irmãos! Ficamos amigos no mesmo instante. Eu pensava nele como um cara muito maduro para “namorado” e muito atraente para “melhor amigo”, optamos por um meio-termo; já ele, acho que me achava simpática (eu sempre me destaquei mais como “miss simpatia” do que por conta de qualquer outro predicado) e também bancava o “irmão mais velho”, às vezes. Se alguma vez me olhou com “outros olhinhos” que não estes? Penso que não, nunca fui a fundo nesta investigação, sugiro aos curiosos que perguntem pra ele!
Eram ele e a namorada que facilitavam os meus namoros no sábado a noite e, por volta da meia-noite, antes que tudo virasse abóbora, iam buscar o príncipe encantado na minha casa! Até que ele e a sua princesa terminaram o romance e eu banquei o cupido e apresentei uma amiga pra ele. Namoraram por algum tempo, saíamos todos juntos e eu, na minha inexperiência juvenil, estava resolvida: não namoraria alguém que prefere jogar bola a ficar namorando! Estava bem satisfeita com o meu príncipe que, antes das doze badaladas ia para as “baladas” e abandonava a Cinderella! Ah! Nada como o tempo e a experiência, que nos deixam menos egoístas e mais exigentes...
...E a vida foi andando para frente. Veio a faculdade, o trabalho, os filhos, os amores, as dores, as separações, não necessariamente nesta ordem e deixando suas marcas, de diversas maneiras. Nos encontramos novamente, por acaso, em um momento ideal, onde todos os astros estavam devidamente alinhados para que tivéssemos a nossa história, juntos. O reencontro foi inesperado, uma das partes da história que eu mais gosto, também gosto da parte em que rompemos, depois voltamos... gosto de lembrar dos primeiros tempos, porque era mais romântico, da época em que ele me convenceu de que, realmente, se importava comigo e com minha filha, tentando conquistá-la (também fico feliz ao ver que ele conseguiu!), gosto da parte que ele falou que queria se casar comigo, gosto de reconhecer, as vezes, no seu olhar, que eu sou especial, apesar de não dizer isso com palavras, gosto da nossa intimidade, de saber exatamente como irritá-lo ou como devo agir pra que ele pense que a idéia foi dele (e assim conseguir o que eu quero), gosto de perceber como eu me interesso pelas coisas dele e que nunca tiveram nada a ver comigo, só porque amo de verdade... não sei dizer, nestes quase 4 anos, qual foi o nosso melhor momento, mas também gosto de acreditar que ele ainda está por vir.
Às vezes, nas discussões, imaginamos: e se terminar? Ele diz que será mais uma história que chegou ao fim, mas eu acho que será mais do que isso, ao menos pra mim. Acho que terá sido a melhor história, porque fez rir mais do que chorar, e eu prefiro histórias assim. Posso dizer que, dos contos da minha vida, foi um dos mais felizes, até agora!
A graça de uma história não está em ser contada durante o seu encantamento maior e nem depois que ele termina, mas está em contá-la enquanto ela se desenvolve, entre os bons e os maus momentos do cotidiano. O seu sucesso vai depender do enfrentamento das coisas inusitadas e das lembranças de tudo o que valeu a pena, até que se construa um final feliz. Por isso resolvi contá-la, de quando ela começou e as luas que já se passaram até agora...
Foto: eu e ele.

sábado, 24 de outubro de 2009

Witch

Nós não temos o hábito de comemorar com fervor o dia das bruxas (Halloween), mas vale a lembrança deste paradoxo: Na pré-história, as bruxas eram mulheres sábias, que por conhecerem ervas medicinais e serem capazes de realizar partos e curar doenças, tinham grande importância para a comunidade. Mais tarde, com a substituição do pensamento mágico pelo pensamento teológico, elas passaram a ser consideradas más e foram duramente perseguidas. Supunha-se que eram enviadas do demônio e muitas foram queimadas vivas pela Santa Inquisição.

“Ora, pois”, que algumas enfermeiras não deixam de ser meio bruxas. Não é o meu caso, é claro. Tirando a infeliz coincidência de eu ter certa afinidade com a vassoura e ser má, as vezes, não, eu não faço partos e não curo doenças! Tenho me esforçado para ser uma enfermeira bastante estudiosa daquilo que gosto na minha profissão e isso é tudo. Estou, firmemente, convicta de que sempre temos algo mais para aprender e de que este aprendizado se dá em todos os espaços da vida cotidiana e com qualquer espécie da natureza, seja humana, animal, vegetal, mineral ou “sobrenatural”.

Ainda sobre a idiossincrasia da "enfermeira bruxa", proveniente do modelo mágico da época, a mulher, de maneira geral, ou era vista como o demônio que desvirtuava os homens (prostituta) ou como santa e pura (esposa dedicada ou caridosa cuidadora dos enfermos). O Creacionismo (Adão e Eva) dava todas as explicações sobre a vida e foi a partir daí que atribuiu-se ao gênero feminino o poder de instigar o pecado e o desejo, por meio da bruxaria. Acontece que a organização social, onde o Rei e o Clero se valiam da religião para detenção do poder, determinava que esta atitude fosse reprimida, a fim de prevenir o caos.

Deixando de lado a bela história e a filosofia curiosa da origem da profissão que escolhi, não são somente estes os motivos que me levaram a optar pela enfermagem. Não, eu também não ouvi nenhum chamado. Na verdade, me encantei pela profissão a medida que vivenciei seu aprendizado. Em alguns momentos tive ímpetos de desistir e hoje estou certa de que há mistérios, nesta escolha, que “vão muito além da nossa vã filosofia”. Todavia, uma outra face da enfermagem, que não tem a ver com a cura de doenças e nem tampouco com a bruxaria, tem despertado meu interesse. São outras possibilidades que se apresentaram durante a minha trajetória e que se mostram mais apropriadas à minha realização pessoal, como poder contribuir, mesmo que um pouco só, com a luta contra as desigualdades e injustiças, em nosso País. Então, cá estou eu as voltas com o estudo da Promoção da Saúde e da proposta de assistência à saúde dos brasileiros que, pouco a pouco, tem se consolidado, apesar das duras críticas e da falta de apoio da mídia.

Diante de tudo isso, eu não sou o que se pode chamar de uma "enfermeira padrão", mas tenho cá meus talentos e também, como qualquer bruxa que se preze, preparo alguns feitiços. Falando sério, agora, a enfermagem se consolidou como ciência e a mulher também se emancipou e já não sofre tanto com os estereótipos advindos da sua história de inferiorização. No dia de Halloween, quero lembrar que bruxas, santas, prostitutas, enfermeiras, todas nós trazemos na essência um pouquinho de cada uma e, afinal, “de enfermeiros e loucos, todos nós temos um pouco”!

Foto: Florence Nightingale, cuidando dos enfermos na Guerra da Criméia, em 1824. Ela iluminava o ambiente escuro com uma lamparina, daí o símbolo da enfermagem ser a lâmpada (viu Eder??).

domingo, 18 de outubro de 2009

Dias de cão


Minha filha ganhou um cachorrinho no dia das crianças. Chamamos de Fred o mais novo membro da família. Já temos a Kléu há quatro anos, mas a Ana sempre pediu um cãozinho pequeno, que ela pudesse carregar no colo. Kléu é um labrador e, caso vocês tenham assistido o filme "Marley e eu", não tenham dúvidas: a Kléu é exatamente, igual... ou pior! Fred é um cãozinho shitsu, peludo, dorminhoco e “mijão”.

Apesar do trabalho, que tem sobrado pra mim, já vi que valeu a pena proporcionar à Aninha a experiência de “cuidadora” de um ser vivo. Não deixa de ser um exercício de “ser mãe”, coisa que a mulher já traz consigo, por instinto. A Ana não teve irmãos mais novos e nem a responsabilidade de cuidar de alguém e está me surpreendendo; anda pra lá e pra cá com o Fred, beijando,embalando, como se fosse um bebê! Aliás, A Kléu, que apesar da idade, ainda não teve filhotinhos, já adotou o pequeno, também. A natureza é perfeita, realmente! Até as peripécias dela diminuíram esta semana, como se, de repente, ela tivesse amadurecido, uma verdadeira mamãe!

Os últimos dias foram, literalmente, "dias de cão", no bom sentido, é claro! O auge foi num passeio que fizemos, onde a Kléu pulou no lago, atrás dos Quero-queros, tentando pega-los! Nadou quase meia hora, nós achávamos que ela corria o risco de enfartar, já que não está acostumada com tanto exercício! Dias depois, vivemos um episódio emocionante, meio triste, depois feliz e, finalmente, com um infeliz final, cujo personagem principal foi um outro cãozinho, o Digão, um vira-lata que as meninas do futsal adotaram e que teve uma história e tanto! Mas, esta eu não vou contar aqui porque não terminou muito bem e sei que as meninas estão sentidas com isso. Coisas da vida...

Sei dizer que eu, que nunca fui muito apegada aos animais, agora, por causa do meu amor, que adora cachorros, e da minha filhota, que queria um bichinho de estimação, cá estou, apaixonada por duas criaturinhas que só me dão trabalho, mas que, entre latidos, lambidas e travessuras, fazem os meus dias mais divertidos.
Deixo aqui uma frase de alguém que amou todas as criaturas da natureza e que considero um grande homem, cujo exemplo de humanidade contribuíu para santificá-lo. Para mim, entretanto, ele foi um ser humano especial...

"Todas as coisas da criação são filhos do Pai e irmãos do homem... Deus quer que ajudemos aos animais, se necessitam de ajuda. Toda criatura em desgraça tem o mesmo direito a ser protegida." São Francisco de Assis

domingo, 4 de outubro de 2009

Dreams


Toda noite eu sonho. Às vezes umas coisas confusas, mas as vezes são tão reais! Viro pro lado e pergunto pro Eder, mas ele nunca sonha ou, quem sabe, não queira me contar. Sonhos podem ser os segredos mais invioláveis... Freud chegou a dizer que são tão somente a realização de desejos, “disfarçados ou não, satisfeitos em pleno campo psíquico”, será??

Esta noite o meu sonho foi hilário: sonhei que minha mãe estava grávida, aos 50 anos e que deu à luz a um gurizinho de olhos bem azuis, como os dela. Aí ela disse que como eu só tinha a Ana, podia ficar com o bebê pra mim... Eu lembro de ter ficado impressionada de ver minha mãe com um bebê, aquela altura! Não devia, porque quem conhece a Dona Nena, acreditaria, até nessa possibilidade.

Bem, não sei se o meu sonho foi um “desejo disfarçado” de ter outro bebê, ou se foi a “convicção disfarçada” que eu tenho do quanto minha mãe é especial. De qualquer maneira, penso que seja necessário registrar esta minha impressão sobre ela...

Minha mãe é uma das pessoas mais dispostas que já conheci. Não disposta a fazer programas diferentes, aventuras radicais, essas coisas... Mas ela tem disposição para fazer coisas muito mais complicadas, como acordar de manhã e encarar a rotina. Está sempre criando coisas, produzindo... e quando não sabe bem por onde começar, coloca uma chaleira de água para esquentar. Pra que? Ah, nem ela sabe explicar, faz um chimarrão ou então, esquece a água fervendo por alguns instantes... mas a partir daí, tudo fica mais claro!

Minha filha desabafou esses dias: “Mãe, acho que gosto mais da vó Nena do que de você; não tem problema, tem?” Não, acho que não tem problema... Poder conviver com os avós é uma coisa maravilhosa, quanto mais, uma avó como ela! Quisera eu poder ter “aproveitado” tanto a minha mãe quanto a minha filha aproveita! Os tempos eram outros quando eu tinha 10 anos, ela trabalhava fora, não convivíamos tanto... Pensando bem, de certa forma, meu sonho ocorreu às avessas: eu tive uma filha aos 23 anos e minha mãe foi um pouco mãe dela também, então, fui eu quem “emprestou” meu bebê pra ela! E não poderia ter colocado em melhores mãos...

Dona Nena fez muito mais do que me “dar a vida”, me ensinou a levá-la, o que é muito mais complicado... Ainda tenho muito a aprender com ela, mas tem uma coisa que me pego fazendo às vezes, quando estou meio desorientada, e rio, pensando nela: coloco uma chaleira de água pra esquentar!


Foto: minha mãe e meu irmão, felizes... vivendo a vida...

domingo, 27 de setembro de 2009

Minutos antes de...


Eis o registro! Tinha que colocar aqui!

Tem um ditado que diz: "Alegria de pobre dura pouco!". Pois bem, foi exatamente o caso.

Em meio a tumultuada semana de trabalho das meninas do futsal, em Fortaleza, em busca do título da Liga Nacional, uma equipe não apareceu e ganhamos um dia de folga: Oba! Vamos pra praia??

Durante um passeio de Bugue o técnico sofreu uma queda e fraturou o braço.

Algumas poderações:


1 - apesar da situação trágica, depois de resolvida a ocorrência, ele não perdeu a esportiva em nenhum momento: parabéns, meu amor!

2 -irresistívelmente doces, as meninas ficaram mais preocupadas com o humor do técnico do que com a extensão do ferimento (imaginem como ele é brabo!): adoro vcs, garotas! Tive que me segurar pra não rir...

3 - foi produtivo, só assim fui lá conferir o SUS do Ceará.

4 - poderia ter sido pior, já pensou se fosse a goleira??


Aproveito para registrar outras impressões: Primeiro, que, mais uma vez, adorei estar com vocês nesses dias... Fazer parte deste mundo acrescenta milhares de outras coisas ao meu viver!
Segundo, aos que estiveram com parte dos meus familiares, depois, em Goiás, que para reforçar o que eu sempre falo, eles também ficaram impressionados com vocês! Finalmente, dizer que conhecer melhor a Giovana e o Reitor, nossos companheiros de torcida, foi muito bacana! Fora que encontrei alguém que compreende aquela sensação terrível de "sair sem uma sacolinha"!! (ela sabe). Tenho certeza que teremos mais alguém na arquibacada, agora!
Teria outras coisas pra registrar: o bolo de macacheira da mãe da Paca, eu "explicando" o jogo pra Giovana, imaginem, sem comentários... a Jéssika de chapéu e óculos de perua, a doçura da Val falando com a mãe dela no telefone, o repertório musical da Giga, a Brenda e a Kuki "queimadinhas" do sol, enfim, tantas coisas que deveriam ser escritas para não serem esquecidas, detalhes que não tem preço...

Uma pena que nunca aprendemos a dar valor as coisas antes de perdê-las e, devo encerrrar com um protesto que não quero que seja grosseiro, mas não dá pra evitar: o povo de Chapecó poderia prestigiar um pouquinho mais o que em todos os outros lugares faz as pessoas vibrarem. Nós temos aqui o melhor time de futsal feminino do mundo!


Foto: minutos antes de...


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Via de mão dupla, universos paralelos ou a gente se encontra no final...


Voltei de férias. Uma semana em Fortaleza; adorei! Linda cidade, lindas praias, mas, quanto lixo, quanta pobreza!! Bom voltar pra casa e pensar: não há nada melhor do que a nossa casa! (do filme: "O Mágico de Oz").
Cheguei e ainda esta semana ajudei a organizar a Conferência de Saúde e Meio Ambiente, em nossa região... Muitas discussões sobre o futuro, o nosso, o dos nossos filhos, o do planeta... Também senti que as pessoas tendem a procurar os culpados e responsabilizar alguém pelas próximas ações a serem feitas, dificilmente, trazendo para si a responsabilidade, mesmo nas coisas mais simples.

Fez refletir sobre as velhas perguntas: quem somos, de onde viemos... Aí vi, novamente, o “Dejavu” (filme), e veio a calhar ainda mais. Será que é verdade que um pequeno gesto pode mudar tudo? Será que aquelas discussões em uma pequena sala, depois em uma plenária, irão transformar pra melhor? As mudanças ocorrem quando alguma coisa incomoda, realmente, profundamente, isso causa reflexão, consciência, atitude... Mas... todas estas injustiças, iniqüidades, desigualdades... estão, realmente, nos incomodando? Ou será que ainda não? Às vezes penso que falamos excessivamente e fazemos bem pouco...

Enfim, são só pensamentos, ainda tenho que amadurecer minhas idéias, mas decidi fazer a minha parte. Também optei pela mudança. Tentar mudar pra melhor. Me sinto desconfortável com algumas coisas e sei que posso transformar pra melhor.

Os ciclos vão se fechando, se fechando... e aqui encerra mais um, pequeno, quase insignificante ao se considerar o todo, mas pode ser poderoso, pode interferir em milhares de outros ciclos e também, o mais importante: só eu tenho esse poder, porque depende de mim!!
Não. Não estou surtando... só um pouquinho!!
"Somewhere over the rainbow
Way up high
And the dreams that you dreamed of
Once in a lullaby
Somewhere over the rainbow
Blue birds fly
And the dreams that you dreamed of
Dreams really do come true"

sábado, 22 de agosto de 2009

Somos heróis


Dedicado ao meu pai (herói)

Na adolescência, minha heroina preferida era Anita. Não por acaso, chamei minha filha assim... Ana, Aninha, não chamei de “Anita” porque, afinal de contas, de heranças de outros mundos ela já estava bem servida! Bem dizia o avô: “Essa menina devia se chamar Nações Unidas!!” Falava assim porque Ana tem ascendência italiana, espanhola, alemã, ucraniana, portuguesa e francesa (que eu me lembre...)! Ufa! Não foi nada fácil fazer uma filha tão brasileira!!
Mas, voltando à Anita, aquela do Guiusepe, a que era minha heroína, bem, esta também era chamada “de dois mundos” e, a semelhança da Ana minha, também foi uma menina levada!!

Não sei por que me lembrei da Anita hoje e também não sei por que durante algum tempo admirei tanto esta personagem. Decerto, porque eu nasci e cresci por estas bandas, onde a Ana Maria peleava na Revolução Farroupilha, feliz, ao lado do seu José. Certamente, posso afirmar, não havia outra mínima semelhança! Acho que admiramos tudo aquilo que falta em nós, e eu sempre pensei que me falta este espírito aventureiro... sou meio sossegada... e também carece um pouco de ousadia, que até meu pai uma vez me aconselhou: “na dúvida, faça!” e também me deu um livro que sugeria algo como “meninas boazinhas vão para o céu, as más... vão para onde querem!”
Meu pai, antes das duas Anitas, foi ele o meu prmeiro herói. Seguindo seu conselho, acho até que tive alguns êxitos, mas também fiz algumas bobagens e, ah!! Também peleio ao lado de um José, agora (José é o segundo nome e ele também é “gringo”, como dizem por aqui).

Ainda falando sobre coincidências (ou não), a minha corajosa Anita vai pra onde ela quer e, preferencialmente, de maneira bastante aventureira!! A minha (gosto de dizer que é minha, porque me sinto um pouquinho ela) também é "heroína de dois mundos": um deles é pura fantasia e o outro, o mundo real da Ana, nem sempre foi muito cordial com ela. Neste mundo, um dia ela me encontrou e, pasmem, sabem quem sou eu no mundo de verdade da Ana? Muito prazer, sou a heroina, quem diria??!!

Comecei a re-conhecer o mundinho de faz de conta onde vive a Ana e agora me re-conheço nela, porque, afinal, em algum momento nós somos heróis, sem nem mesmo precisar ser Ana, Aninha, Anita!

Foto: Meu herói com Ana pequena = Anita!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Mesmo assim, sorria!


Faz um tempinho que não escrevo... falta inspiração, acho... ou tempo, talvez. Gosto de escrever quando estou contente! Ando tristonha...
Aqui, o frio veio com tudo, este ano... não tem sido raro olhar da janela do meu quarto e ver a grama branquinha, de geada. Amo. Mas me deixa meio triste...
Aquele vírus pavoroso também anda por estes lados... Misterioso, avassalador e fatal.
Preciso registrar minha admiração aos colegas, profissionais de saúde do município de Chapecó e região, pela atitude impecável, diante desta ameaça.
Sabemos que a coisa é séria e também que a postura nossa, em defesa da vida e para fortalecer o sistema de saúde, que tanto defendemos, não é uma tarefa fácil. Estou satisfeita com a nossa última atividade de Educação Permanente, com os trabalhadores da saúde. Obervei, com entusiasmo, que finalmente, depois de 20 anos de SUS, parece que a impressão que a mídia faz questão de passar a todos, está modificando. Isso me deixa otimista, no meu íntimo sonhador que achava que era só sonho, mesmo...
Para os curiosos sobre o que estou falando, recomendo o filme do Michael Moore, que faz uma denuncia do sistema de saúde (da ausência de...) da maior potência econômica do mundo (EUA), que não possui um sistema público de proteção à doença. Surpresos? Ficariam muito mais ao ouvir histórias (não são poucas) de cidadãos que são empurrados para sistemas de saúde privados que “engordam” as companhias de seguros, o que faz com que mais de 40 milhões de pessoas não possam “comprar” saúde e, os que conseguem, muitas vezes são abandonados, pois não há controle público sobre as seguradoras...
E nós reclamamos: das filas, dos profissionais e das epidemias... Porque não sabemos que, nos bastidores da Globo, existem pessoas que fazem um trabalho de qualidade, exemplo para muitos países, mas que não vale a pena divulgar na TV (os grandes laboratórios e complexos industriais não lucram com isso). Então... vamos nós, trabalhadores da saúde pública do Brasil, vestir a camisa e mostrar o que fazemos: diminui-se a mortalidade infantil, aumenta-se a cobertura vacinal, erradicam-se doenças, previne-se DST/Aids e outras... promove-se qualidade de vida, cura-se pessoas doentes... soma-se, ainda, o controle social e também a qualidade da “gente” que faz tudo isso! Meus colegas médicos, enfermeiros, psicólogos, agentes de saúde... daqui ha alguns dias teremos o Encontro Macrorregional de Saúde da Família, aqui em Chapecó e espero ver todos vcs pipocando por lá!
Aos otimistas...
Sorri
Quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador...
Sorri
E ao mostrar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz.

domingo, 12 de julho de 2009

Coisinhas Imprescindíveis


Estávamos comentando, meu marido e eu, sobre as grandes invenções do século XX. Uma delas, segundo ele, foi aquele papelzinho para escrever pequenos lembretes e que podemos colar no PC, livros, agendas, etc. Concordo que seja uma ótima idéia, mas isso me fez pensar em “ótimas invenções” que fazem parte do MEU dia-a-dia... por exemplo: controle-remoto da TV. Neste caso, acho inclusive, que o Eder vai dizer quando ler: "também acho". Mas, voltando, já pensaram como a gente sofria, quando tinha que levantar do sofá, no inverno, bem quentinho, só pra mudar de canal? Melhor era ficar vendo a mesma programação o tempo todo! Tudo bem que não havia tantas opções de canais, mesmo assim, impossível ficar sem ele, agora!
Outra: café solúvel, adoro! Fácil, só diluir no leite, duas colherinhas de açúcar, eu não preciso mais nada durante a manhã. Também acho uma das maiores invenções da humanidade o salto alto. Dizem que foi Luiz XV, em meados de 1600, perfeito, meu metro de cinqüenta e nove (sessenta, respirando fundo) agradece todos os dias!
Uma das minhas preferidas chama-se “abajur”. Acho bárbaro! Detesto luz fria, ambientes muito iluminados... Gosto de penumbra, mais aconchegante, menos revelador.
... máquina fotográfica, vinho, perfume, calça jeans, maquiagem, cachecol, chocolate... e a gente passa a não conseguir mais viver sem elas!
Têm aquelas coisas que não foram inventadas pela humanidade, mas já existem desde que a própria (humanidade) foi “inventada”. Algumas são tão corriqueiras que nem nos damos conta da sua importância, outras estão se acabando: som de risada de criança, o calorzinho do sol no inverno, comer vergamota do pé, beijo na boca, cheiro de chuva, fazer as pazes, matar a saudade, casa da vó...
Ai, ai... melhor não lembrar que também têm coisas que nem precisavam ser inventadas e outras que foram tão maravilhosas e que já não existem mais!
Foto: Ana e vô Alo brincando na praia... não tem preço!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Algumas vezes...

Às vezes fico irritada
Quero quebrar um copo
Mas, devo estar errada...

Fico com vontade
De ficar debaixo do fogão,
Da escada, da cama ou da televisão

Pareço um leão
Que quer quebrar a casa
Me sinto um anjo
Que perdeu a asa

Mas, vou me sentir feliz
E você vai me desculpar
Quando eu estiver chorando
Você vai me consolar!!

Ana Cecília de Mascarenhas
13/06/2009.

domingo, 5 de julho de 2009

Seres humanos e sentimentos


Ando refletindo sobre o mistério que envolve os sentimentos humanos.
Na minha área de atuação, a saúde, existe uma política do Ministério da Saúde, intitulada “Humanização no SUS”. Sim, humanizar a saúde; dá pra concluir que as coisas andam complicadas para alguém pensar em uma política de saúde com este foco, já que, a priori, espera-se que os seres humanos, especialmente, os que trabalham com saúde-doença, como o próprio nome sugere, já sejam “humaniazados”.

Tenho pensado na interpretação dos sentimentos humanos. Assim, quando alguém sorri significa que está feliz? Nem sempre. A Monalisa, do Da Vinci, estava feliz ou triste? É possível perceber o sentimento por meio da expressão da face, simplesmente? Sempre achei que não. Na enfermagem, aprendemos que não. Lembro de uma professora que dizia que na Consulta de Enfermagem devemos estar atentos para todos os tipos de comunicação e perceber o que o paciente manifesta através das expressões, gestos e atitudes, não somente das palavras. E, muito importante, não diagnosticar: “Paciente triste” com base em qualquer uma destas manifestações, pois jamais teremos certeza disso. Então anotávamos no prontuário: “Paciente pouco comunicativo, expressão melancólica, provavelmente, triste”...

Minha filha tem uma seqüela neurológica que dificulta as expressões faciais e também, me parece, a interpretação dos sentimentos dela e das outras pessoas. Eu e seu terapeuta costumamos compara-la a um personagem do filme Jornada nas Estrelas, o Spock, por causa do jeitinho dela quando olha para a gente, sempre tentando decifrar, compreender... As vezes, ela pergunta: mamãe, essa tua carinha quer dizer que você ainda está brava? Você está sorrindo diferente, hoje! Acho que estou chorando porque estou triste, mas por que não saem lágrimas?... e assim por diante.

Fico impressionada com artistas que conseguem expressar os sentimentos por meio de telas, poesias... Uma das minhas preferidas é a Frida Kahlo... incríveis as telas, dá pra entender o que ela queria dizer: dor, solidão, medo, angústia...
Muito complexo: para alguns é tão simples compreender o que se está se passando consigo ou ao seu redor e expressar tudo isso, outros precisam estudar para serem mais humanos e ter atitudes mais dignas...
Vale refletir...
Foto: O amor abraça o universo, Frida Kahlo

sábado, 27 de junho de 2009

A mais perversa


Um dia desses consegui pegar do comecinho um filme na tv a cabo (coisa rara) sobre a vida das irmãs Bolena, da Inglaterra. É um romance histórico sobre a vida, nada medíocre, de duas irmãs, Maria e Ana Bolena, vividas pelas belas Natalie Portman e Scarlett Johansson. Basicamente, em busca da ascensão social da sua família, uma delas, a perversa e ambiciosa Ana Bolena, acaba sendo o pivô de um dos eventos mais importantes da história da Inglaterra, a cisão entre a Igreja Católica e a Anglicana. E a outra? A doce Maria Bolena era tão bela quanto a irmã, mas, faltou uma pitadinha de crueldade, auto-estima e claro, a tal “sintonia dos amantes”. Também teve um afair com o rei e deu a ele um filho homem, que era tudo que desejava...mas, então, apareceu a Ana e por esta sim, valeu a pena ousar, romper, arriscar e mudar para sempre os rumos da história da Inglaterra! Coisas do coração...

O que torna tudo mais interessante é constatar que uma corajosa mulher, mais uma vez, foi determinante para um acontecimento histórico. Nesta história, como em muitas outras, a astuciosa Ana, utilizou-se de uma arma muito poderosa (e não menos óbvia) das mulheres: a sedução. E não precisou insistir muito para que o susceptível Henrique VIII caísse no velho conto do “só vou pra cama se você casar” e sucumbisse a todos os seus caprichos, no caso, nada menos do quer ser rainha da Inglaterra após o divórcio do rei com Catarina de Aragão, a custa do rompimento com a Igreja Católica!! Básico... Pudera que foi acusada de bruxa!

Na vida real nem sempre é tão simples...apesar de que era a vida real deles, sim, mas, imaginei que a tal Ana, apesar de não ser igual a Scarlett Johansson, deveria estar bem próxima, o que não é muito comum na vida real da realidade...ops...enfim, esta vida que estamos acostumados a viver de verdade, do cotidiano...Na vida de gente como a gente, as vezes é preciso ameaçar suicídio pra conseguir meia hora com o controle-remoto! Além disso, todos os homens que me perdoem, mas a idéia de tornar-se rainha da Inglaterra deixa tudo mais atraente e motivador! Então, fui pesquisar um pouco no Google (meu Pastor e nada me faltará...) e qual não foi a minha surpresa quando vi que, ao menos nos retratos da época, a manipuladora Ana não era “lá essas coisas”, como se diz... Nem vou comentar sobre o garanhão Henrique, porque aí sim, lá se vai o charme do romance!! Neste caso, Vinícius estava errado: não é ser bela, mas difícil, fundamental!

Pois bem, a pergunta é: o que tinha de tão fascinante esta mulher que fez um rei perder a cabeça e mudar a história de um país? (se bem que quem perdeu a cabeça no final, literalmente, foi ela). Poderia dizer que concluí que foi uma questão de sintonia, mesmo... essas coisas que acontecem uma vez só na vida da gente, mais do que amor, mas o próprio sentido da existência, assim: qualquer coisa valeria a pena só para tê-la ao seu lado... Mas, a verdade é que concluí que o tal Henrique não passava de um burguesinho cheio de vontades que, como a maioria dos seres humanos, quando consegue o objeto do seu desejo...perde o encanto!
Admiro a Ana pela coragem, mas desprezo pela inconseqüência! As vaidades e desejos pessoais, em quase todas as histórias, vêm antes das suas conseqüências para toda a humanidade... o que acontece é que queremos ver algo que não existe e transformar simples fatos em grandes proezas; fica mais interessante! Mesmo assim, recomendo o filme, pelo figurino, pelas atuações e até pela bela história, apesar do trágico final!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Lugarzinhos


Têm lugares que são inesquecíveis. Seja por causa da beleza, do cheiro, da companhia, por causa do seu estado de espírito quando esteve lá ou, mesmo, por causa de alguma sensação, um déjà vu ou coisa parecida... O fato é que as vezes, ficamos tão impressionados com qualquer uma destas sensações que não prestamos atenção às outras. Exemplo: a beleza do lugar. Então, começamos a tirar milhares de fotos e não paramos para sentir o cheiro, o calor ou o frio, não prestamos atenção nos detalhes... depois, restam as fotografias, porém, as imagens não contém todas estas sensações...

Um dos meus lugarzinhos preferidos chama-se Santo Antônio de Lisboa, fica em Florianópolis, cidade onde morei por algum tempo. Sempre que possível, gostava de ir a Santo Antônio, inclusive para fotografar as casas antigas, em estilo açoriano e apreciar a linda vista da Ponte Hercílio Luz que conseguimos de lá. Muito belo!! Mas, na maioria das vezes, eu gostava das impressões que este lugar me causava: tranqüilidade, beleza intacta, natural... o ar mais puro, o cheiro de mar. Aí está uma boa dica para quem gosta de lugarzinhos: Santo Antônio de Lisboa, vale a pena dar uma passadinha por lá e comer um pastelzinho de camarão no Bate Ponto (restaurante/bar)!

Quero falar de um lugar onde estive, ultimamente, e que me causou inúmeras sensações: o Coliseu, em Roma. Não da pra chamar de “lugarzinho”, na verdade, porque é tudo, menos pequeno e singelo... O Anfiteatro de Roma é, realmente, belo e inundado de registros, marcas e histórias, implícitos nas pareces, no solo, no ar! Só imaginar que estava embaixo de Roma por tanto tempo e todas as coisas que aconteceram por lá já causa milhares de sentimentos, entre eles, deslumbramento, incredulidade... e vertigem!!... sim, olhando por muito tempo, tudo gira! rsrsrs. Depois, tem o cheiro da cidade: não muito agradável, mas nostálgico, sem dúvida! A imensidão, a perfeição... Lá, no Coliseu, encontrei um “lugarzinho”: uma pracinha próxima onde, sob uma árvore, num dia muito quente, sentei e fiquei olhando, admirando, sentindo... O lugarzinho não saiu na foto, mas ficará para sempre na minha lembrança por causa da sensação: frescor em um dia primaveril, em Roma!!

domingo, 14 de junho de 2009

Meninas de ouro


Estive, há poucos dias, acompanhando algumas meninas em uma aventura. Trata-se de um time de futsal feminino, não por acaso, time do qual meu marido é o treinador.
Acontece que estas gurias, que tem entre 17 e 22 anos (com uma exceção), foram convidadas para participar de um torneio de futsal, em Portugal: foram, fizeram bonito e trouxeram o título de Campeãs da Copa das Nações de Futsal Feminino!! Parece bom? Tenho que dizer que é muito mais do que isso!!
Acompanho o trabalho desta equipe há 3 anos e posso afirmar que, até então, nunca imaginei que um grupo de jovens mulheres pudesse conviver tão harmoniosamente, enquanto ganham a vida: estudam, treinam, ajudam os pais e, ao mesmo tempo, se divertem!! Sim, porque o trabalho parece lazer para elas. OK, elas precisam abrir mão das baladas, das festinhas, das coisas que a maioria das adolescentes curtem... só que o “negócio” delas, é jogar bola!! Mas, o que considero mais incrível: são mulheres!! Nós sabemos o que significa mulheres convivendo 24 horas por dia, não sabemos? Pois bem, são 14 garotas, falam ao mesmo tempo apenas 5 de cada vez, se entendem e raramente, brigam!! Não é incrível??
Tem muitas outras coisas... poderia falar delas por muito tempo... Mas, vou contar um pouquinho da viagem: uma semana arrepiante!! Exemplo absoluto de disciplina, concentração e sinergia!! Sem falar do showzinho que elas, como boas brasileiras que são, deram em quadra!! Eu, como membro, excepcionalmente, convidada para compor a comissão técnica, na ausência de uma atendente, vi tudo muito de pertinho porque entrei em quadra!! Pela primeira vez senti a emoção que é “estar com”, “fazer parte” e não apenas, acompanhar da arquibancada!! E melhor: fora do Brasil!! Lá em Portugal elas não eram somente as catarinenses, eram também as brasileiras e a torcida, embora pequena, compareceu de verde e amarelo!!
Um pequeno incidente no final: a taça de cerâmica, artesanato típico da região, caiu e se espatifou! Porém, isso não impediu as “meninas de ouro” de comemorarem em grande estilo e com a graça peculiar das mulheres, conquistando a simpatia dos portugueses, espanhóis, iranianos e principalmente, dos japoneses!!
Nossas meninas são demais! Atletas de uma modalidade ainda não muito popular, mas que tem conquistado seu espaço, elas fizeram a diferença, mostraram que sabem jogar bola aqui e na Europa!
Não posso deixar de comentar que, parte deste mérito cabe ao treinador (já contei que é meu marido?? rsrsrs), que faz um belíssimo trabalho, dando continuidade a um desafio que sua mãe, Dona Cata, iniciou por paixão!
Sim, eu sei, não dava para não falar dela: Dona Cata, esta mulher especial, que foi a primeira das meninas de ouro da Unochapecó/Nilo Tozzo/ Aurora/Female!!
Parabéns a vocês, gurias e obrigada por permitir que eu fizesse parte de tudo isso por alguns dias inesquecíveis!!
E para quem se interessar, deixo a indicação do blog (
http://www.unochapeconilotozzofemale.blogspot.com/), vale a pena conferir! É “pacabá”, como elas dizem!!

sábado, 13 de junho de 2009

Sutis melodias


Minha filha é totalmente musical! Ela vive, literalmente, todas as músicas, as letras, as melodias... Parece que o Chico Buarque fez a música “Cecília” pra ela... Aliás, parece que muitas músicas foram feitas pra ela...
Percebendo este ouvido apurado que ela tem, já que percebe os rítmos, decora letras com facilidade, sabe toda a vida dos Beatles, escuta a Rita Pavone, a Maísa e outros absurdos, considerando que é uma criança, já deixei ela fazer piano, violino, participar do coral... ela vai, faz, acontece... desite! Normal, tem apenas 10 anos.
Ana Cecília comemorou seu aniversário na semana passada, com a presença de amigos e familiares. Foi uma festa muito legal e uma comemoração necessária depois de uma década de vida!! Quem a conhece e acompanhou tudo que minha pequena passou, sabe do que estou falando!!
As vezes é muito difícil ser mãe de uma criança como a Ana, chego a pensar (tenho quase certeza) que não desempenho bem o papel, mas estou certa de uma coisa e tem uma letra do Nando Reis que explica este meu sentimento (será que todas as mães sentem como eu??):
“... não sei se o mundo é bom, mas ele ficou melhor desde que você chegou e ensinou o mundo pra mim...”
Coincidência ou não, concordo em gênero, número e grau com o Chico: “...nem as sutis melodias merecem, Cecília, teu nome espalhar por aí...”

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Namorados forever...




Minha amiga Rachel escreve no msn: Vc precisa ter um blog!! ...e aqui estou eu inaugurando o meu blog! Ótimo para registrar pensamentos, histórias da vida cotidiana... coisinhas que acontecem, enfim, até uma menira de desabafar, as vezes... Peguei o calendário, hmmm... dia dos namorados! Não tive como iniciar de outra maneira que não seja esta: Feliz dia dos namorados, amore!!


Ele não estará comigo hoje, mas é tão bom pensar: temos todos os outros dias pra ficarmos juntos!!


Não quero ser cruel, na verdade eu acho que estas datas não passam de uma desculpa pra consolidar o capitalismo... de qualquer forma, apesar de achar tudo isso, costumo ser a primeira a comemorar o dia dos namorados, o dia das mães, o dia das crianças... nem que seja com um telefonema ou um beijo bem gostoso de manha cedinho!!


Por que comemorar o dia dos namorados?? Ahhh, por muitas razões: porque não é bom ficar sozinha por muito tempo, porque é inverno e se pode tomar vinho (mesmo que ele não goste, você pode tomar sozinha!rsrs) e porque só o fato de conviver com alguém por algum tempo, respeitar, admirar, querer bem, sentir falta, sentir raiva e logo em seguida amor, levando em conta tantas diferenças... só isso já é motivo pra comemorar!


Eu namorei bastante nestes meus 34 anos... namorei, casei, descasei, namorei denovo, casei mais uma vez... estou casada, muito bem casada e... esses dias fui pedida em casamento pelo meu marido!! Sim, era pra confundir mesmo, mas vocês entenderam! Só queria dizer que, enquanto nós nos surpreendermos desta menira, apesar do tempo e das dificuldades, o amor vai se solidificando e este é um motivo para comemorações diárias, mesmo que seja só entre os dois, na intimidade, nos momentos da vida cotidiana!


A propósito, eu aceitei!! E nem tinha como recusar, afinal, na Europa, com champanha e tantas pessoas queridas ao nosso redor??!! Sim, sim, sim, eu aceito: em Roma, Lisboa, aqui, forever!!
Foto: Carine e Eder na Fontana di Trevi, Roma.