sábado, 27 de junho de 2009

A mais perversa


Um dia desses consegui pegar do comecinho um filme na tv a cabo (coisa rara) sobre a vida das irmãs Bolena, da Inglaterra. É um romance histórico sobre a vida, nada medíocre, de duas irmãs, Maria e Ana Bolena, vividas pelas belas Natalie Portman e Scarlett Johansson. Basicamente, em busca da ascensão social da sua família, uma delas, a perversa e ambiciosa Ana Bolena, acaba sendo o pivô de um dos eventos mais importantes da história da Inglaterra, a cisão entre a Igreja Católica e a Anglicana. E a outra? A doce Maria Bolena era tão bela quanto a irmã, mas, faltou uma pitadinha de crueldade, auto-estima e claro, a tal “sintonia dos amantes”. Também teve um afair com o rei e deu a ele um filho homem, que era tudo que desejava...mas, então, apareceu a Ana e por esta sim, valeu a pena ousar, romper, arriscar e mudar para sempre os rumos da história da Inglaterra! Coisas do coração...

O que torna tudo mais interessante é constatar que uma corajosa mulher, mais uma vez, foi determinante para um acontecimento histórico. Nesta história, como em muitas outras, a astuciosa Ana, utilizou-se de uma arma muito poderosa (e não menos óbvia) das mulheres: a sedução. E não precisou insistir muito para que o susceptível Henrique VIII caísse no velho conto do “só vou pra cama se você casar” e sucumbisse a todos os seus caprichos, no caso, nada menos do quer ser rainha da Inglaterra após o divórcio do rei com Catarina de Aragão, a custa do rompimento com a Igreja Católica!! Básico... Pudera que foi acusada de bruxa!

Na vida real nem sempre é tão simples...apesar de que era a vida real deles, sim, mas, imaginei que a tal Ana, apesar de não ser igual a Scarlett Johansson, deveria estar bem próxima, o que não é muito comum na vida real da realidade...ops...enfim, esta vida que estamos acostumados a viver de verdade, do cotidiano...Na vida de gente como a gente, as vezes é preciso ameaçar suicídio pra conseguir meia hora com o controle-remoto! Além disso, todos os homens que me perdoem, mas a idéia de tornar-se rainha da Inglaterra deixa tudo mais atraente e motivador! Então, fui pesquisar um pouco no Google (meu Pastor e nada me faltará...) e qual não foi a minha surpresa quando vi que, ao menos nos retratos da época, a manipuladora Ana não era “lá essas coisas”, como se diz... Nem vou comentar sobre o garanhão Henrique, porque aí sim, lá se vai o charme do romance!! Neste caso, Vinícius estava errado: não é ser bela, mas difícil, fundamental!

Pois bem, a pergunta é: o que tinha de tão fascinante esta mulher que fez um rei perder a cabeça e mudar a história de um país? (se bem que quem perdeu a cabeça no final, literalmente, foi ela). Poderia dizer que concluí que foi uma questão de sintonia, mesmo... essas coisas que acontecem uma vez só na vida da gente, mais do que amor, mas o próprio sentido da existência, assim: qualquer coisa valeria a pena só para tê-la ao seu lado... Mas, a verdade é que concluí que o tal Henrique não passava de um burguesinho cheio de vontades que, como a maioria dos seres humanos, quando consegue o objeto do seu desejo...perde o encanto!
Admiro a Ana pela coragem, mas desprezo pela inconseqüência! As vaidades e desejos pessoais, em quase todas as histórias, vêm antes das suas conseqüências para toda a humanidade... o que acontece é que queremos ver algo que não existe e transformar simples fatos em grandes proezas; fica mais interessante! Mesmo assim, recomendo o filme, pelo figurino, pelas atuações e até pela bela história, apesar do trágico final!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Lugarzinhos


Têm lugares que são inesquecíveis. Seja por causa da beleza, do cheiro, da companhia, por causa do seu estado de espírito quando esteve lá ou, mesmo, por causa de alguma sensação, um déjà vu ou coisa parecida... O fato é que as vezes, ficamos tão impressionados com qualquer uma destas sensações que não prestamos atenção às outras. Exemplo: a beleza do lugar. Então, começamos a tirar milhares de fotos e não paramos para sentir o cheiro, o calor ou o frio, não prestamos atenção nos detalhes... depois, restam as fotografias, porém, as imagens não contém todas estas sensações...

Um dos meus lugarzinhos preferidos chama-se Santo Antônio de Lisboa, fica em Florianópolis, cidade onde morei por algum tempo. Sempre que possível, gostava de ir a Santo Antônio, inclusive para fotografar as casas antigas, em estilo açoriano e apreciar a linda vista da Ponte Hercílio Luz que conseguimos de lá. Muito belo!! Mas, na maioria das vezes, eu gostava das impressões que este lugar me causava: tranqüilidade, beleza intacta, natural... o ar mais puro, o cheiro de mar. Aí está uma boa dica para quem gosta de lugarzinhos: Santo Antônio de Lisboa, vale a pena dar uma passadinha por lá e comer um pastelzinho de camarão no Bate Ponto (restaurante/bar)!

Quero falar de um lugar onde estive, ultimamente, e que me causou inúmeras sensações: o Coliseu, em Roma. Não da pra chamar de “lugarzinho”, na verdade, porque é tudo, menos pequeno e singelo... O Anfiteatro de Roma é, realmente, belo e inundado de registros, marcas e histórias, implícitos nas pareces, no solo, no ar! Só imaginar que estava embaixo de Roma por tanto tempo e todas as coisas que aconteceram por lá já causa milhares de sentimentos, entre eles, deslumbramento, incredulidade... e vertigem!!... sim, olhando por muito tempo, tudo gira! rsrsrs. Depois, tem o cheiro da cidade: não muito agradável, mas nostálgico, sem dúvida! A imensidão, a perfeição... Lá, no Coliseu, encontrei um “lugarzinho”: uma pracinha próxima onde, sob uma árvore, num dia muito quente, sentei e fiquei olhando, admirando, sentindo... O lugarzinho não saiu na foto, mas ficará para sempre na minha lembrança por causa da sensação: frescor em um dia primaveril, em Roma!!

domingo, 14 de junho de 2009

Meninas de ouro


Estive, há poucos dias, acompanhando algumas meninas em uma aventura. Trata-se de um time de futsal feminino, não por acaso, time do qual meu marido é o treinador.
Acontece que estas gurias, que tem entre 17 e 22 anos (com uma exceção), foram convidadas para participar de um torneio de futsal, em Portugal: foram, fizeram bonito e trouxeram o título de Campeãs da Copa das Nações de Futsal Feminino!! Parece bom? Tenho que dizer que é muito mais do que isso!!
Acompanho o trabalho desta equipe há 3 anos e posso afirmar que, até então, nunca imaginei que um grupo de jovens mulheres pudesse conviver tão harmoniosamente, enquanto ganham a vida: estudam, treinam, ajudam os pais e, ao mesmo tempo, se divertem!! Sim, porque o trabalho parece lazer para elas. OK, elas precisam abrir mão das baladas, das festinhas, das coisas que a maioria das adolescentes curtem... só que o “negócio” delas, é jogar bola!! Mas, o que considero mais incrível: são mulheres!! Nós sabemos o que significa mulheres convivendo 24 horas por dia, não sabemos? Pois bem, são 14 garotas, falam ao mesmo tempo apenas 5 de cada vez, se entendem e raramente, brigam!! Não é incrível??
Tem muitas outras coisas... poderia falar delas por muito tempo... Mas, vou contar um pouquinho da viagem: uma semana arrepiante!! Exemplo absoluto de disciplina, concentração e sinergia!! Sem falar do showzinho que elas, como boas brasileiras que são, deram em quadra!! Eu, como membro, excepcionalmente, convidada para compor a comissão técnica, na ausência de uma atendente, vi tudo muito de pertinho porque entrei em quadra!! Pela primeira vez senti a emoção que é “estar com”, “fazer parte” e não apenas, acompanhar da arquibancada!! E melhor: fora do Brasil!! Lá em Portugal elas não eram somente as catarinenses, eram também as brasileiras e a torcida, embora pequena, compareceu de verde e amarelo!!
Um pequeno incidente no final: a taça de cerâmica, artesanato típico da região, caiu e se espatifou! Porém, isso não impediu as “meninas de ouro” de comemorarem em grande estilo e com a graça peculiar das mulheres, conquistando a simpatia dos portugueses, espanhóis, iranianos e principalmente, dos japoneses!!
Nossas meninas são demais! Atletas de uma modalidade ainda não muito popular, mas que tem conquistado seu espaço, elas fizeram a diferença, mostraram que sabem jogar bola aqui e na Europa!
Não posso deixar de comentar que, parte deste mérito cabe ao treinador (já contei que é meu marido?? rsrsrs), que faz um belíssimo trabalho, dando continuidade a um desafio que sua mãe, Dona Cata, iniciou por paixão!
Sim, eu sei, não dava para não falar dela: Dona Cata, esta mulher especial, que foi a primeira das meninas de ouro da Unochapecó/Nilo Tozzo/ Aurora/Female!!
Parabéns a vocês, gurias e obrigada por permitir que eu fizesse parte de tudo isso por alguns dias inesquecíveis!!
E para quem se interessar, deixo a indicação do blog (
http://www.unochapeconilotozzofemale.blogspot.com/), vale a pena conferir! É “pacabá”, como elas dizem!!

sábado, 13 de junho de 2009

Sutis melodias


Minha filha é totalmente musical! Ela vive, literalmente, todas as músicas, as letras, as melodias... Parece que o Chico Buarque fez a música “Cecília” pra ela... Aliás, parece que muitas músicas foram feitas pra ela...
Percebendo este ouvido apurado que ela tem, já que percebe os rítmos, decora letras com facilidade, sabe toda a vida dos Beatles, escuta a Rita Pavone, a Maísa e outros absurdos, considerando que é uma criança, já deixei ela fazer piano, violino, participar do coral... ela vai, faz, acontece... desite! Normal, tem apenas 10 anos.
Ana Cecília comemorou seu aniversário na semana passada, com a presença de amigos e familiares. Foi uma festa muito legal e uma comemoração necessária depois de uma década de vida!! Quem a conhece e acompanhou tudo que minha pequena passou, sabe do que estou falando!!
As vezes é muito difícil ser mãe de uma criança como a Ana, chego a pensar (tenho quase certeza) que não desempenho bem o papel, mas estou certa de uma coisa e tem uma letra do Nando Reis que explica este meu sentimento (será que todas as mães sentem como eu??):
“... não sei se o mundo é bom, mas ele ficou melhor desde que você chegou e ensinou o mundo pra mim...”
Coincidência ou não, concordo em gênero, número e grau com o Chico: “...nem as sutis melodias merecem, Cecília, teu nome espalhar por aí...”

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Namorados forever...




Minha amiga Rachel escreve no msn: Vc precisa ter um blog!! ...e aqui estou eu inaugurando o meu blog! Ótimo para registrar pensamentos, histórias da vida cotidiana... coisinhas que acontecem, enfim, até uma menira de desabafar, as vezes... Peguei o calendário, hmmm... dia dos namorados! Não tive como iniciar de outra maneira que não seja esta: Feliz dia dos namorados, amore!!


Ele não estará comigo hoje, mas é tão bom pensar: temos todos os outros dias pra ficarmos juntos!!


Não quero ser cruel, na verdade eu acho que estas datas não passam de uma desculpa pra consolidar o capitalismo... de qualquer forma, apesar de achar tudo isso, costumo ser a primeira a comemorar o dia dos namorados, o dia das mães, o dia das crianças... nem que seja com um telefonema ou um beijo bem gostoso de manha cedinho!!


Por que comemorar o dia dos namorados?? Ahhh, por muitas razões: porque não é bom ficar sozinha por muito tempo, porque é inverno e se pode tomar vinho (mesmo que ele não goste, você pode tomar sozinha!rsrs) e porque só o fato de conviver com alguém por algum tempo, respeitar, admirar, querer bem, sentir falta, sentir raiva e logo em seguida amor, levando em conta tantas diferenças... só isso já é motivo pra comemorar!


Eu namorei bastante nestes meus 34 anos... namorei, casei, descasei, namorei denovo, casei mais uma vez... estou casada, muito bem casada e... esses dias fui pedida em casamento pelo meu marido!! Sim, era pra confundir mesmo, mas vocês entenderam! Só queria dizer que, enquanto nós nos surpreendermos desta menira, apesar do tempo e das dificuldades, o amor vai se solidificando e este é um motivo para comemorações diárias, mesmo que seja só entre os dois, na intimidade, nos momentos da vida cotidiana!


A propósito, eu aceitei!! E nem tinha como recusar, afinal, na Europa, com champanha e tantas pessoas queridas ao nosso redor??!! Sim, sim, sim, eu aceito: em Roma, Lisboa, aqui, forever!!
Foto: Carine e Eder na Fontana di Trevi, Roma.