quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Educação:eis o que realmente importa!!

Tenho pensado sobre o quanto é complicado educar as crianças, especialmente, para este mundo que se apresenta para nossos filhos. Admiro demais os pais e professores que exercem, de fato, o papel de educadores e acho que, realmente, é preciso ter “o dom” para educar. Refiro-me, é claro, à educação como transformação e aprendizagem significativa, centrada no exercício da realidade, na valorização do cotidiano como fonte de conhecimento e no reconhecimento de que as práticas do dia-a-dia são definidas por múltiplos fatores. Hmmm, aí ficou mais difícil, não é? Também sou mãe e professora e, sinceramente, acho que não me saio muito bem em nenhumas destas missões!

Uma das coisas mais complicadas, na minha história, tem sido a temática que envolve a proposta da educação inclusiva, segundo a qual as pessoas com necessidades especiais devem participar em condições de iguais do processo educativo das escolas regulares, juntamente com as demais pessoas. Estou certa que as escolas não estão preparadas para tal inclusão, sejam elas públicas ou privadas. Aliás, não somente as escolas, mas a raça humana não está preparada para a inclusão. Rejeita-se tudo aquilo que é diferente, que não se encaixa, atrapalha, dificulta o processo, demanda envolvimento, empatia, solidariedade; palavrinhas difíceis de encaixar como adjetivos às pessoas, atualmente. Não vou me ater, somente, à minha experiência pessoal, pois não sou alienada e tenho lido a respeito. Mas, de fato, tenho uma filha que tem algumas necessidades especiais, que não a deixam dependente, porém, demandam alguma atenção a mais por parte dos educadores; todos eles: pais, professores, amigos, sociedade. Qual é esta “atenção a mais”? Simplesmente, aceitar o diferente, agir com naturalidade diante do inesperado... Muito mais difícil do que parece, podem acreditar!

Em todos os casos que envolvem a necessidade de compreender, sensibilizar-se, envolver-se, fica mais fácil “encaminhar”. No meu cotidiano, na área da saúde, também convivo muito com isso. Onde está o grande desafio do SUS? Na falta de resolubilidade nos níveis de atenção básica à saúde. À menor dificuldade, encaminha-se para o especialista! Na “Saúde Mental”, uma e duas, encaminham-se os “malucos” que comparecem à Unidade Básica de Saúde pro CAPS (Centro de Acompanhamento Psico- Social). Mas, por que, se o cara não ta surtando? Ah, não dá pra entender o que ele fala, é muito complicado tentar ler outro tipo de linguagem que não seja a verbal. Será que é preciso tanta capacitação para lidar com isso? Ou será que é apenas uma questão de humanização? Penso que seja parecido, na escola: se não dá pra resolver, encaminha pro psiquiatra, pro neurologista, pra farmácia, pra direção!

Sim, eu estou convicta, à essa altura, que educação é sinônimo de saúde e vice-versa. No momento atual, as palavras inclusão, cidadania e outras têm se destacado e sabemos que, por trás da proposta da educação inclusiva, está o preconceito, que fez com que a homologação da LDB 9394/96 demorasse tanto tempo para ocorrer. Eu sei, para buscarmos a sociedade inclusiva, cidadã, os sistemas de ensino precisam equipar as instituições escolares e oferecer condições para que os professores e outros profissionais de educação se preparem adequadamente para esta tarefa. Entretanto, há algumas questões que também precisam ser resgatadas, a fim de que esta política se efetive, e que demandam menos tecnologia e mais sensibilidade, criatividade e intuição!

Ultrapassado ou não, cabe um pouco de Geraldo Vandré:


...Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição...
...Vem, vamos embora que esperar não é fazer
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!

Foto: Ana e Fred

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A verdade nua e crua




Não foi, necessariamente, um campeão das críticas positivas, mas o filme que fui ver no cinema semana passada - A verdade nua e crua - rendeu umas boas risadas! O ator Gerard Butler faz um mulherengo sexy que dispara suas pérolas de sabedoria machista em um programa de TV. Sua nova produtora, uma workaholic sem sorte no amor, tenta provar que as teorias do machão estão erradas. Em algumas cenas, muito parecidas com as de Harry e Sally - Feitos Um Para o Outro, 1989 (inclusive a do orgasmo, só que a Meg Ryan era mais convincente!), você fica se perguntando: será que é isso mesmo? No final, conclui-se que, no fundo, os homens também são uns românticos! Será?

Não há nada que deixe uma mulher mais frustrada do que lidar com a aparente falta de romantismo dos homens. Eu sei que têm milhares de textos sobre isso, então, não vou ficar comentando as típicas cenas do nosso cotidiano, onde eles, equivocadamente, abrem suas bocas: "você vai assim?", "tem certeza que foi no salão?", "dá licença que estou vendo o jogo", entre outras pérolas... Aliás, cenas que dispensam comentários! Vou falar de outra coisa que tem me preocupado nesta história: as mulheres estão conformadas!! E, pior: algumas gostam desse tipo de homem! E, pior ainda: ficam colocando peitões e bundões para alimentar o machismo dos homens!

OK, gosto não se discute... e como disse minha amiga, esta semana: eu queria saber quem foi a obstinada que queimou os sutiãs!? Sim, porque, até então, pelo que sabemos das nossas avós, as mulheres eram o "sexo frágil", delicadas, sensíveis, e os homens provedores, protetores, cavalheiros... Enfim, posições que hoje parecem sem propósito e até inversas, em alguns casos, mas que, no intimo, são detalhes imprescindíveis para aquela magia dos relacionamentos, que já não existe mais.

Eu sei, tinha o lado ruim, mas cá entre nós, quem não sonha com o Rhett Butler (o Clark Gable de ...E o vento levou, nada a ver com o do outro filme!) no final da escada, com aquele sorriso encantador enquanto a Scarlett (no caso, você) vem descendo naquele vestido lindo e o jeito extravagante, cínico e indomável?! Alguém que abra a porta pra você passar, que carregue no colo quando você torce o pé ( os invés de se oferecer pra chamar o SAMU), que ofereça lencinhos pra limpar as lágrimas... hoje em dia não dá mais nem pra chorar em paz na TPM, que eles já descobriram que e só oferecer chocolate que as coisas ficam menos complicadas!

A verdade nua e crua é que, mesmo Scarlett, só ganhou de vez o coração de Reth quando mostrou que atrás da mocinha frágil, criada para se casar e nunca se preocupar com nada além de seus bordados e filhos, havia uma mulher forte, inteligente, que salvou sua família da morte e da desonra e reergueu sua terra natal, Tara. Pena que, depois de ser tão maltratado, Rhett vai embora e aí vem a cena inesquecível, onde ela corre atrás dele e pergunta o que vai ser dela, se ele a deixar e ele, irresistível: "Francamente, minha querida, eu não ligo a mínima!"

Pois bem, minhas companheiras, não sejamos nem tanto Abby Richter (a produtora workaholic) nem tanto Scarlett Ohara nos tempos de Tara, vamos buscar um meio termo e esperar que os homens também reflitam e resgatem um pouco do romantismo dos velhos tempos. Eu, uma eterna fã de Gone with the wind, não poderia terminar de outra forma que não fosse com a frase da Scarlett sobre a esperança de que tempos melhores venham:"After all, tomorrow is another day!"

Para minhas amigas: Mariane, Lucimare e Juca...