sexta-feira, 31 de julho de 2009

Mesmo assim, sorria!


Faz um tempinho que não escrevo... falta inspiração, acho... ou tempo, talvez. Gosto de escrever quando estou contente! Ando tristonha...
Aqui, o frio veio com tudo, este ano... não tem sido raro olhar da janela do meu quarto e ver a grama branquinha, de geada. Amo. Mas me deixa meio triste...
Aquele vírus pavoroso também anda por estes lados... Misterioso, avassalador e fatal.
Preciso registrar minha admiração aos colegas, profissionais de saúde do município de Chapecó e região, pela atitude impecável, diante desta ameaça.
Sabemos que a coisa é séria e também que a postura nossa, em defesa da vida e para fortalecer o sistema de saúde, que tanto defendemos, não é uma tarefa fácil. Estou satisfeita com a nossa última atividade de Educação Permanente, com os trabalhadores da saúde. Obervei, com entusiasmo, que finalmente, depois de 20 anos de SUS, parece que a impressão que a mídia faz questão de passar a todos, está modificando. Isso me deixa otimista, no meu íntimo sonhador que achava que era só sonho, mesmo...
Para os curiosos sobre o que estou falando, recomendo o filme do Michael Moore, que faz uma denuncia do sistema de saúde (da ausência de...) da maior potência econômica do mundo (EUA), que não possui um sistema público de proteção à doença. Surpresos? Ficariam muito mais ao ouvir histórias (não são poucas) de cidadãos que são empurrados para sistemas de saúde privados que “engordam” as companhias de seguros, o que faz com que mais de 40 milhões de pessoas não possam “comprar” saúde e, os que conseguem, muitas vezes são abandonados, pois não há controle público sobre as seguradoras...
E nós reclamamos: das filas, dos profissionais e das epidemias... Porque não sabemos que, nos bastidores da Globo, existem pessoas que fazem um trabalho de qualidade, exemplo para muitos países, mas que não vale a pena divulgar na TV (os grandes laboratórios e complexos industriais não lucram com isso). Então... vamos nós, trabalhadores da saúde pública do Brasil, vestir a camisa e mostrar o que fazemos: diminui-se a mortalidade infantil, aumenta-se a cobertura vacinal, erradicam-se doenças, previne-se DST/Aids e outras... promove-se qualidade de vida, cura-se pessoas doentes... soma-se, ainda, o controle social e também a qualidade da “gente” que faz tudo isso! Meus colegas médicos, enfermeiros, psicólogos, agentes de saúde... daqui ha alguns dias teremos o Encontro Macrorregional de Saúde da Família, aqui em Chapecó e espero ver todos vcs pipocando por lá!
Aos otimistas...
Sorri
Quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador...
Sorri
E ao mostrar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz.

domingo, 12 de julho de 2009

Coisinhas Imprescindíveis


Estávamos comentando, meu marido e eu, sobre as grandes invenções do século XX. Uma delas, segundo ele, foi aquele papelzinho para escrever pequenos lembretes e que podemos colar no PC, livros, agendas, etc. Concordo que seja uma ótima idéia, mas isso me fez pensar em “ótimas invenções” que fazem parte do MEU dia-a-dia... por exemplo: controle-remoto da TV. Neste caso, acho inclusive, que o Eder vai dizer quando ler: "também acho". Mas, voltando, já pensaram como a gente sofria, quando tinha que levantar do sofá, no inverno, bem quentinho, só pra mudar de canal? Melhor era ficar vendo a mesma programação o tempo todo! Tudo bem que não havia tantas opções de canais, mesmo assim, impossível ficar sem ele, agora!
Outra: café solúvel, adoro! Fácil, só diluir no leite, duas colherinhas de açúcar, eu não preciso mais nada durante a manhã. Também acho uma das maiores invenções da humanidade o salto alto. Dizem que foi Luiz XV, em meados de 1600, perfeito, meu metro de cinqüenta e nove (sessenta, respirando fundo) agradece todos os dias!
Uma das minhas preferidas chama-se “abajur”. Acho bárbaro! Detesto luz fria, ambientes muito iluminados... Gosto de penumbra, mais aconchegante, menos revelador.
... máquina fotográfica, vinho, perfume, calça jeans, maquiagem, cachecol, chocolate... e a gente passa a não conseguir mais viver sem elas!
Têm aquelas coisas que não foram inventadas pela humanidade, mas já existem desde que a própria (humanidade) foi “inventada”. Algumas são tão corriqueiras que nem nos damos conta da sua importância, outras estão se acabando: som de risada de criança, o calorzinho do sol no inverno, comer vergamota do pé, beijo na boca, cheiro de chuva, fazer as pazes, matar a saudade, casa da vó...
Ai, ai... melhor não lembrar que também têm coisas que nem precisavam ser inventadas e outras que foram tão maravilhosas e que já não existem mais!
Foto: Ana e vô Alo brincando na praia... não tem preço!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Algumas vezes...

Às vezes fico irritada
Quero quebrar um copo
Mas, devo estar errada...

Fico com vontade
De ficar debaixo do fogão,
Da escada, da cama ou da televisão

Pareço um leão
Que quer quebrar a casa
Me sinto um anjo
Que perdeu a asa

Mas, vou me sentir feliz
E você vai me desculpar
Quando eu estiver chorando
Você vai me consolar!!

Ana Cecília de Mascarenhas
13/06/2009.

domingo, 5 de julho de 2009

Seres humanos e sentimentos


Ando refletindo sobre o mistério que envolve os sentimentos humanos.
Na minha área de atuação, a saúde, existe uma política do Ministério da Saúde, intitulada “Humanização no SUS”. Sim, humanizar a saúde; dá pra concluir que as coisas andam complicadas para alguém pensar em uma política de saúde com este foco, já que, a priori, espera-se que os seres humanos, especialmente, os que trabalham com saúde-doença, como o próprio nome sugere, já sejam “humaniazados”.

Tenho pensado na interpretação dos sentimentos humanos. Assim, quando alguém sorri significa que está feliz? Nem sempre. A Monalisa, do Da Vinci, estava feliz ou triste? É possível perceber o sentimento por meio da expressão da face, simplesmente? Sempre achei que não. Na enfermagem, aprendemos que não. Lembro de uma professora que dizia que na Consulta de Enfermagem devemos estar atentos para todos os tipos de comunicação e perceber o que o paciente manifesta através das expressões, gestos e atitudes, não somente das palavras. E, muito importante, não diagnosticar: “Paciente triste” com base em qualquer uma destas manifestações, pois jamais teremos certeza disso. Então anotávamos no prontuário: “Paciente pouco comunicativo, expressão melancólica, provavelmente, triste”...

Minha filha tem uma seqüela neurológica que dificulta as expressões faciais e também, me parece, a interpretação dos sentimentos dela e das outras pessoas. Eu e seu terapeuta costumamos compara-la a um personagem do filme Jornada nas Estrelas, o Spock, por causa do jeitinho dela quando olha para a gente, sempre tentando decifrar, compreender... As vezes, ela pergunta: mamãe, essa tua carinha quer dizer que você ainda está brava? Você está sorrindo diferente, hoje! Acho que estou chorando porque estou triste, mas por que não saem lágrimas?... e assim por diante.

Fico impressionada com artistas que conseguem expressar os sentimentos por meio de telas, poesias... Uma das minhas preferidas é a Frida Kahlo... incríveis as telas, dá pra entender o que ela queria dizer: dor, solidão, medo, angústia...
Muito complexo: para alguns é tão simples compreender o que se está se passando consigo ou ao seu redor e expressar tudo isso, outros precisam estudar para serem mais humanos e ter atitudes mais dignas...
Vale refletir...
Foto: O amor abraça o universo, Frida Kahlo