domingo, 5 de dezembro de 2010

Tal qual uma libélula


É difícil mudar, no sentido de transformar-se, redefinir-se; não necessariamente “ser melhor”, mas “aprender a ser” e estar – ao menos aparentemente – convergente com o que se espera de nós. Tenho acompanhado a tentativa da Ana ao mesmo tempo que estabeleço alguns parâmetros para minhas próprias transformações. No meu caso, tenho certeza que estas mudanças podem auxiliar naquilo que se convencionou chamar de “a busca da felicidade”, mas no caso dela, realmente, tenho dúvidas. Quanto mais Ana me questiona sobre as coisas da vida, mais perplexa eu fico com a sua lógica e sua percepção, tão elementares! Como alguém pode achar estranha tanta espontaneidade?

Quanto a mim, a dificuldade reside na incontrolável necessidade de externar tudo que se passa no meu coração e na minha mente. Habita, também, na impressão que eu tenho de que tudo “gira em torno do meu umbigo”. Sim, esta é a expressão que traduz melhor esta sensação meio esquizofrênica.

Difícil lidar com isso, mas acho que já obtive algum êxito esta semana. Refleti sobre “o meu umbigo” e tudo que ele representa, metaforicamente falando: os laços maternos, o rompimento, o medo de ficar só, sem amparo, descolada... Mais adiante, em minha meditação, tentei sair do entorno do umbigo e pensar sobre as minhas contribuições para a humanidade: uma vergonha! Então, eu estou ajudando a qualificar a saúde pública do País, com minhas pesquisas e a docência? De fato, “em casa de ferreiro, espeto de pau”: onde residem as teorias de Vicotsky, Piaget, Bordenave, Paulo Freire, etc, na ação-reflexão-ação do meu cotidiano umbilical?

Ainda não pude iniciar outras leituras que, espero, façam a base das minhas ações/transformações, mas tenho a impressão que estes "insight" já são parte do efeito mágico do conteúdo do frasco onde estava escrito: “beba-me”.

Um comentário:

Ernesto disse...

Gostei, mas solte mais a emoção-imaginação.
Fale de si com uma intimidade de metáfora universal