segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ensaiando alguns diálogos


No livro de Elizabeth Gilbert, “Comer, Rezar e Amar”, há certa altura a autora estabelece um diálogo muito interessante com a depressão e a solidão: “Como vocês me encontraram aqui? Quem disse a vocês que eu tinha vindo pra Roma?”. De fato, sentimentos nos encontram nos lugares e momentos mais inusitados. Neste exato momento, por exemplo, aqui me encontro, num domingo de nverno, em meio a alguns dias de férias, sem minha filha por perto (está passeando na casa do pai), podendo me dar ao luxo de não fazer, absolutamente, nada e, no entanto, uma sensação inevitável de que deveria estar produzindo alguma coisa, sei lá, arrumando um armário, estudando... Será um transtorno obsessivo ou sintomas típicos de uma workaholic? Nem uma coisa nem outra: manias todos nós temos (e as minhas não chegam a ser TOC) e também não acho que eu seja uma workaholic... ainda! Dolce fare niente... deve ser só uma fase meio “pilhada” ou demasiado apego a rotina... - God! Preciso sair dessa! - digo eu para mim mesma!


Depois de algum tempo ausente, não voltei com tanta inspiração... Estou pensando, seriamente, em estabelecer um diálogo muito sério com minha inquietude e minha preguiça e solicitar que ambas dêem uma chance à criatividade!


Parei de escrever. Retornei duas semanas depois. Deletei uma parte, nada a ver... Pensei em começar tudo outra vez, escrever sobre outra coisa, sei lá... Minha filha voltou, ela cresceu em uma semana, está mais alta, mais bonita, mais madura... Voltei ao trabalho, não tive mais tempo de escrever no blog (não organizei meu tempo). Organizei eventos, preparei aulas, revi amigos, colegas e alunos. Tive TPM. Saí da TPM. Fui ao cinema com minha filha, ao teatro com meu marido e a uma festa junina com ambos. Pensei em escrever sobre família, pois passei por uma crise familiar... Briguei, fiz as pazes, ri, chorei... ri mais do que chorei. Dormi. Acordei. Dormi outra vez. Concluí (mais uma vez) que tudo passa, inclusive o tempo... e muito depressa!


Em meio a tudo isto, os meus sentimentos estabeleceram diversos diálogos com minhas qualidades e com os meus defeitos: não chegaram a nenhuma conclusão definitiva, mas acho que muita coisa mudou pra melhor!


Foto: minha filha ensaiando diálogos com meu irmão...

3 comentários:

Vera Maria disse...

Carine, interessante e profundo o que vc escreveu, tenho aprendido muito lendo seus comentários. Te admiro. Um grande beijo. Alzeni

Eliziane disse...

Não fique tanto tempo sem escrever! Que bom que voltou!

Unknown disse...

Ficou bom viu, melhor do que eu imaginava hehehe! Ainda mais pq a foto ajudou né...
Beijos