segunda-feira, 28 de março de 2011

As quatro estações



Embora esteja me preparando para tornar-me uma cientista, para conduzir minha vida pessoal adotei a concepção “axiomatista”, que aceita a hipótese não confirmada como alicerce de um raciocínio formal, então, a medida que o tempo passa e que eu passo pelo tempo, vou me convencendo que as verdades podem ser encontradas, em igual proporção, nos estudos científicos ou nas poesias.
Albert Einstein, sobre a nossa passagem pelo mundo, falou: "..há duas formas para viver a sua vida: uma é acreditar que não existe milagre, a outra é acreditar que todas as coisas são um milagre". Eu resolvi ficar em cima do muro. Vou explicar: me parece que as verdades irrefutáveis que cerceiam esta passagem dependem de pontos de vista, personalidades, estados de espírito e de pessoas que encontramos pelo caminho, o que pode ser sincronismo, até certo ponto, mas também pode ser fruto de escolhas que fazemos.
Sou como o Humpty Dumpty, do livro “Alice atrás do espelho” de Lewis Carroll: um ovo instável no topo de um muro alto, pendendo ora para um lado, ora para outro. Não me orgulho muito disso e já dei mostras sobre a minha volubilidade tantas vezes, mas tenho esperança de que seja possível transformar pelo menos aquilo que é perturbador.
Nossa! E como eu já mudei nestas últimas quatro estações! Meus planos, meus pensamentos e minha conduta foram se transformando depois de um inverno denso e recluso, onde tentei colocar em ordem a bagunça que estava tomando o meu ser. Então, a primavera fez florescer um mundo de sonhos e possibilidades, lembranças e devaneios, depois, com o calor do verão senti a força que eu tenho para realizar estes sonhos, com a ajuda de Deus e, finalmente, na minha estação preferida, o outono, eu voltei a sorrir quando me dei conta de que as coisas acontecem em círculos, numa eterna repetição, assim como as estações do ano.
Entendi que meus sonhos se repetem, ainda que eu os realize sempre. Percebi que Deus estava comigo, mesmo quando eu tinha dúvidas sobre a sua existência, que agora parece ser tão óbvia para mim. Constatei que, não importa a quantidade de lágrimas e nem o tamanho da dor, há sempre um sorriso guardado e sempre fica tudo bem no final.
Parei de me preocupar tanto com a opinião dos outros. Não é minha intenção ser um “ovo pretensioso”, mas acho que eu já tenho uma vivencia considerável e posso me orgulhar de muitos aspectos da minha conduta.
Então, que venha o próximo inverno e com ele, um novo ciclo!

3 comentários:

Ernesto disse...

bem bonito

Eliziane disse...

Amiga, que profundo! Vc mergulhou fundo mesmo! Normalmente quando estamos passando pelo ciclo não conseguimos entender nada, só no final ou depois de um tempo tudo se esclarece. Adorei!

patty disse...

Adoro os teus textos, me dentifico com alguns....Ja esta preparando o livro????